quinta-feira, 7 de maio de 2009

Incógnita

Qual é o meu nome?
Onde eu moro?
Quem sou eu?
Quando foi que eu morri?

Ando vagamente pelas ruas
Sem rumo ou objetivo
Não sei mais aonde posso parar para descansar
Sem ter que pagar

Ao caminhar em uma possa d’água
Às vezes tento ver meu reflexo
Mas só consigo enxergar cicatrizes
De um pobre corpo desgastado

Meus pés sangrando encostam-se ao chão
Sem que eu sinta alguma dor
Mas ainda sinto a ferida
De não saber quem sou

Percorro a cidade para tentar encontrar
Algo que me ligue ao meu passado
Ou mesmo meu velho lar
Mas sempre falho e volto ao mesmo local

Como queria ter o espírito de minha mãe
A força de meu pai
O físico dos meus irmãos
E o coração de minha amada
Ou mesmo apenas ter lhes conhecidos

Mas a minha vida não passa de uma incógnita
Sem solução ou razão
Sem esperança ou animação

Sigo sempre em frente
Para que um dia
Eu ache alguma resposta
Que decifre minha incógnita

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